A partir de terça-feira (14), o Instagram vai parar de oferecer filtros de realidade aumentada (RA) criados por desenvolvedores independentes e marcas.
A partir de agora, com o fim da plataforma Meta Spark, o Instagram vai deixar de oferecer filtros de realidade aumentada (RA) criados por desenvolvedores independentes e marcas. Só os efeitos oficiais da Meta vão continuar disponíveis nas redes sociais da empresa, como Instagram, Messenger e Facebook.
Essa mudança foi anunciada em agosto de 2024, quando a Meta revelou que o Meta Spark Studio seria descontinuado. Durante sete anos, essa plataforma ajudou mais de 600 mil criadores de 190 países a criar filtros personalizados. Agora, com o fim do Meta Spark, somente os filtros oficiais da Meta seguirão ativos nas plataformas.
Em um comunicado, a Meta lembrou como a tecnologia de realidade aumentada evoluiu ao longo desses anos. “Quando lançamos a plataforma há sete anos, a realidade aumentada era uma novidade para muitos. Desde então, a criatividade e inovação dos criadores expandiram o alcance dessa tecnologia para milhões de pessoas“, destacou a empresa.
Apesar da mudança, quem ainda quiser personalizar fotos e vídeos pode recorrer a outros apps especializados, como FaceTune e FaceApp.
A decisão, no entanto, não agradou a todos. Muitos criadores, que usavam o Meta Spark Studio para projetos comerciais, ficaram frustrados. Antônio Augusto Almeida, por exemplo, contou em um grupo do Facebook: “Gastei horas criando um filtro para uma clínica de saúde e agora não vou receber mais por isso, já que a função vai ser descontinuada“. Outros criadores também expressaram preocupação sobre o impacto financeiro e criativo da decisão.
A história e o impacto dos filtros no Instagram
Os filtros de realidade aumentada bombaram no Instagram a partir de 2017, quando a plataforma os lançou para atrair usuários do Snapchat, que estava na frente com essa tecnologia. A ideia era fazer com que as pessoas se divertissem com as fotos e vídeos de uma forma criativa, mas, com o tempo, os filtros, especialmente os de beleza, começaram a receber críticas.
Em 2019, a Meta tomou a decisão de retirar os filtros que simulavam procedimentos estéticos e cirurgias plásticas. O motivo? A preocupação com os impactos negativos na saúde mental dos usuários, que poderiam sentir pressão para atender a padrões de beleza irreais.
Em 2022, uma reportagem do New York Times destacou que esses filtros estavam criando uma “obsessão pela simetria facial”, fazendo com que muita gente procurasse intervenções estéticas para tentar ficar igual à versão editada de si mesma nas redes sociais. Isso gerou um grande debate sobre os efeitos desses filtros na maneira como nos vemos e nos relacionamos com a nossa imagem.
