Assim como outros serviços de streaming, a Netflix também investe pesado em histórias de zumbis. Séries como The Walking Dead, All of Us Are Dead, Santa Clarita Diet e Resident Evil dividem espaço com filmes como Army of the Dead, Cargo e Zom 100: Bucket List of the Dead, garantindo sustos e adrenalina. Mas entre tantas produções, há uma que se destaca pela brutalidade e pelo ritmo acelerado: Black Summer.
Lançada em 2019, Black Summer acompanha diferentes personagens tentando sobreviver em meio a um apocalipse zumbi. Apesar de ser um spin-off de Z Nation, a série adota um tom muito mais sério e intenso, o que se torna seu principal diferencial. Ao longo de suas duas temporadas, a produção entrega uma visão crua, desesperadora e realista do colapso da civilização. Mesmo sem uma terceira temporada, o episódio final da segunda funciona como um desfecho digno.
Terror simples, mas eficaz
O que faz Black Summer superar séries mais famosas como The Walking Dead ou All of Us Are Dead é a forma como ela equilibra personagens cativantes com situações incrivelmente simples e eficazes. Um exemplo é o episódio focado em Lance, um sobrevivente solitário fugindo de um único zumbi. Parece pouco, mas a perseguição silenciosa e claustrofóbica se transforma em uma sequência angustiante, especialmente quando ele se vê correndo ao redor e em cima de um ônibus escolar.
Essa simplicidade se repete em outros momentos marcantes, como o episódio do restaurante, onde um pequeno grupo tenta escapar de dois zumbis antes que uma horda apareça. Ou ainda, no final da primeira temporada, quando uma tentativa de refúgio em um estádio termina em caos absoluto, mesmo com dezenas de pessoas armadas. A tensão constante e o ritmo frenético mostram que, em Black Summer, ninguém está a salvo.

Diferente de outras séries, Black Summer não oferece segurança nem estabilidade aos seus personagens. Eles estão sempre em movimento, sem abrigo, sem comunidade, buscando suprimentos e tentando encontrar algum sentido para continuar vivos. A série não ignora o peso emocional do apocalipse: luto, solidão, medo e desesperança são elementos centrais da narrativa.
Mesmo os relacionamentos entre sobreviventes são frágeis. Sempre que um grupo se forma, paira uma desconfiança inevitável, especialmente quando os recursos começam a faltar e alguém precisa se arriscar para garantir a sobrevivência dos outros. Black Summer retrata esses dilemas com um realismo seco, deixando claro que, muitas vezes, os humanos podem ser ainda mais perigosos do que os mortos.
Black Summer é uma experiência intensa, crua e incômoda. Mostra o apocalipse sem glamour, sem heróis indestrutíveis, e com personagens que parecem realmente existir. Se você curte histórias de zumbis com peso emocional, tensão constante e reviravoltas realistas, essa é a série certa. Vale cada minuto.