O Líbano proibiu oficialmente a exibição do live-action da Disney Branca de Neve em todos os cinemas do país. O motivo principal? A presença da atriz israelense Gal Gadot no elenco. A informação foi divulgada pelo site Deadline.
Gal Gadot, que interpreta a Rainha Má no filme, está na chamada “lista de boicote a Israel” mantida pelo governo libanês. Essa lista veta a exibição de qualquer produção que tenha artistas israelenses, especialmente aqueles que serviram no exército de Israel ou que já manifestaram apoio público ao Estado israelense.
A decisão foi confirmada pelo Ministro do Interior do Líbano, Ahmad Hajjar, que recomendou a proibição logo após o lançamento do longa. Gadot serviu nas Forças de Defesa de Israel (IDF) e tem sido uma defensora ativa do país, principalmente após os recentes conflitos envolvendo o grupo Hamas.
Em um discurso em 2024 durante um evento da Anti-Defamation League, a atriz criticou a reação internacional a ataques sofridos por Israel. Ela disse:
“Jamais imaginei que nas ruas dos Estados Unidos e em várias cidades do mundo veríamos pessoas não condenando o Hamas, mas celebrando, justificando e aplaudindo um massacre de judeus.”
Não é a primeira vez
Essa não é a primeira vez que o Líbano veta filmes com Gal Gadot. Mulher-Maravilha e Morte no Nilo também foram barrados anteriormente pelos mesmos motivos.
Muito além de um único filme
O boicote ao novo Branca de Neve faz parte de um movimento maior na região, onde obras culturais frequentemente enfrentam restrições por razões políticas. Neste ano, o Líbano também bloqueou o lançamento de Capitão América: Brave New World, estrelado pela atriz israelense Shira Haas.
Essas medidas refletem a tensão permanente no Oriente Médio e o modo como o cinema, a TV e outras formas de cultura são vistos não apenas como entretenimento, mas também como ferramentas com peso político.
Diferenças dentro da própria região
Apesar da proibição no Líbano, outros países árabes adotaram uma postura diferente. O Kuwait, por exemplo, liberou o filme para exibição, mostrando como as decisões políticas variam bastante entre nações próximas.
Controvérsias além da política
A nova versão de Branca de Neve já vinha gerando debate mesmo antes do veto no Líbano. A escolha do elenco, especialmente a escalação de Rachel Zegler como protagonista, dividiu opiniões. A atriz já havia feito declarações sobre a Palestina que reacenderam discussões nas redes sociais.
Outro ponto polêmico foi o uso de CGI para representar os sete anões, o que levantou críticas sobre representatividade e autenticidade nas adaptações modernas de contos clássicos.
Fonte: ComicBook