A Shonen Jump tem um novo sucesso: Ichi the Witch, um mangá que, apesar de ter apenas 22 capítulos, já conquistou uma base de fãs fiel e está se destacando no universo dos battle shonens. Criado por Osamu Nishi e ilustrado por Shiro Usazaki, o mangá estreou em setembro de 2024, com o primeiro volume lançado em 4 de janeiro de 2025. O sucesso foi tanto que uma segunda reimpressão já foi confirmada, e o segundo volume chega às prateleiras no dia 4 de março.
Embora seja classificado como shonen, Ichi the Witch traz elementos visuais e narrativos que lembram o shoujo. Isso faz surgir uma pergunta interessante: será que Ichi the Witch é um shoujo disfarçado?
A história segue Ichi, um garoto que foi abandonado pelos pais quando tinha apenas seis anos e teve que aprender a sobreviver sozinho. Em um mundo onde apenas as mulheres podem usar magia, conhecidas como bruxas, Ichi quebra esse tabu ao enfrentar uma criatura mágica sem ter poderes especiais, tornando-se o primeiro “bruxo” da história.
O universo de Ichi the Witch é fundamentado na ideia de que os poderes mágicos são concedidos por entidades chamadas Majiks. Esses seres impõem desafios que determinam quem pode acessar seus poderes. O lendário Rei Uroro, um dos Majiks mais antigos e poderosos, cria uma prova impossível para qualquer mulher. Por isso, Ichi acaba quebrando as regras do mundo e abrindo novas possibilidades no equilíbrio de poder entre os bruxos.
Estética Shoujo em um Mangá Shonen
Em termos visuais, Ichi the Witch foge do estilo típico da Shonen Jump, adotando uma estética mais próxima do shoujo, gênero voltado para o público feminino. O traço delicado, os olhos grandes e expressivos dos personagens, além dos detalhes românticos e florais, são elementos clássicos do estilo shoujo, muito influenciados por Macoto Takahashi, um dos pioneiros desse visual nas décadas de 1970 e 1980.
Embora o mangá mantenha elementos tradicionais de aventuras e batalhas, seu apelo visual e emocional remete ao shoujo contemporâneo, que prioriza uma abordagem mais sensível e focada no desenvolvimento dos personagens.
Um protagonista que quebra os estereótipos masculinos
Outro aspecto que faz Ichi the Witch se destacar dos outros shonens é seu protagonista. Ichi não segue o estereótipo do herói impetuoso e superpoderoso, como Naruto ou Luffy. Em vez disso, ele apresenta características mais típicas de protagonistas de shoujo, como inteligência emocional, empatia e busca por autoconhecimento.
Além disso, a trama se passa em um mundo dominado por mulheres, onde Ichi precisa encontrar seu lugar e provar seu valor. Sua jornada não é apenas sobre adquirir poder, mas também sobre crescimento pessoal e autodescoberta, algo muito mais explorado no shoujo do que nos shonens tradicionais.
Embora seja publicado na Shonen Jump, Ichi the Witch quebra várias convenções do gênero, tanto na parte estética quanto na narrativa. Criado por uma dupla de autoras, o mangá mostra que as barreiras entre shonen e shoujo estão cada vez mais tênues, provando que boas histórias podem transcender rótulos e conquistar diversos tipos de público.
Fonte: ComicBook


